Olá, senhoras e senhores, meninos
e meninas, gatinhas e gatões!! Aqui quem fala é a inconfundível e polivalente
Rita Lina. Eu ia incluir “terráqueos e terráqueas” na minha saudação inicial,
mas andei vendo o snapchat do Padre
Fábio de Melo e não quero parecer uma copiona sem criatividade. Se você já viu
o padre-celebridade em ação no snap,
sabe do que eu tô falando. Mas, enfim, qual é a boa? Tá todo mundo legal? Ai,
meu Deus, que nervoso que tá me dando...
É a primeira vez que vou “narrar”
um episódio, apesar de que, daqui a algumas linhas, vocês vão sacar que não se
trata exatamente de um episódio e tampouco que ele será narrado, exceto por
alguns trechos. No entanto, o autor da história me escalou pra ser a anfitriã
deste episódio comemorativo. A série DESAPAIXONANTE, na qual eu sou uma
personagem apaixonantíssima, está completando um ano de vida. Para situar
aqueles que estiverem lendo este texto bem depois de publicado, hoje são sete
de abril de 2016. Ano passado, neste mesmo dia, o criador desta divertidíssima
comédia postou na Internet o chamado... Ei, peraí, eu não ia dizer
“divertidíssima comédia”, mudaram a minha fala... Pôxa, sério mesmo? Se for pra
ser dessa maneira eu me recuso a fazer isso, tô sendo sincera. Tipo, eu acho a
história legal e tal, mas daí a usar um superlativo tão forte não rola. Desculpa,
mas tudo tem limite. Vou refazer, tô nem aí. Eu quero autonomia. Ninguém zoa
minhas falas, entenderam?
Reformulando: ano passado, o
criador desta simpática comédia postou na Internet o chamado episódio piloto,
só para experimentar a reação daqueles que se propuseram a lê-lo. Foi um
episódio-teste, bastante curto. Se você é fã ou acompanha DESAPAIXONANTE com
certa regularidade, talvez se lembre de como tudo começou (eu não estava lá,
então estou tentando enrolar pra não precisar comentar o que aconteceu nesta
primeira situação). Com o resultado positivo para essa “gravidez literária”
(putz, quem colocou esse termo bizarro aqui?), o filho foi parido durante um
processo chamado de “primeira temporada”, formada por onze episódios e com a
diferente proposta de ser uma série de TV para ser lida, em vez de assistida.
Ok, reconheço que foi uma sacadinha boa. Após o estrondoso sucesso... Oi?
Estrondoso? Quem é que tá sacaneando minhas falas, hein? Olha, eu tô ficando
muito chateada mesmo. Esse é meu último aviso.
Após obter sucesso com seus
episódios postados online, o autor de
DESAPAIXONANTE continuou em frente e foi criando mais e mais episódios, embora
tivesse coisas mais importantes e úteis para fazer. E o resultado você tá
conferindo agora: a série chegou a um ano, acredite se quiser. Segundo me foi
informado, eu fui escolhida para estar hoje aqui porque, após um episódio forte
e um tanto sombrio, o autor achou que fosse melhor que eu entrasse em cena, já
que, segundo ele, eu represento bem aquilo que chamam de “alívio cômico”. Aff!!
É cada uma que a gente tem que aturar. Mas tá beleza, eu aceitei numa boa e vim
aqui para trazer a vocês uma entrevista com o bendito criador da nossa série
aniversariante. Eu queria mesmo era entrevistar Sávio ou Milena (ou os dois
juntos, principalmente depois do que aconteceu com eles em Paradoxal, imaginem que babado...), mas como não sou eu quem faço
as regras, vou me contentar com a tarefa. Quem sabe eu ganhe um espaço maior na
trama?
Fiquem ligados, leitores
queridos. Vou bater um papo com Marvin Cross.
RITA- Olá, Sr. Cross, é uma honra entrevistá-lo para este primeiro ano
completo de DESAPAIXONANTE. Como vai o senhor?
Marvin- Oi, Rita. Olha, não
precisa me chamar de senhor. E muito menos de Sr. Cross, esse nem mesmo é meu
sobrenome. Pode chamar só de Marvin mesmo. E eu estou bem, valeu por perguntar.
RITA- Ótimo. Então, Marvin Mesmo, um ano de DESAPAIXONANTE. Qual é a
sensação?
Marvin- Uau!! Eu nem sei como
explicar. É uma sensação prazerosa, de estar trabalhando com algo que eu
acreditei que poderia dar certo, mesmo que ao longo do caminho eu quase tenha
desistido diversas vezes. Esse ano passou rápido.
RITA- Ainda bem que não desistiu ou eu poderia nem estar aqui, né?
Diga, Marvin Mesmo, #TeamCap ou #TeamIronMan?
Marvin- Hã? Que pergunta é essa,
Rita? (risos)
RITA- Desculpa, só zoando um pouquinho, quebrando um pouco a tensão.
Marvin- Sério? Olha, eu tô bem
tranquilo.
RITA- Ah, fale por você, meu querido. Então, algo que tá martelando na
minha cabeça é: fui chamada de “alívio cômico” e tô quase surtando por causa
disso. É como se eu tivesse que ser engraçada o tempo todo.
Marvin- Hum, eu te entendo. Mas
fica tranquila, você dá conta do recado. Não há nada com que se preocupar em
ser eleita como “alívio cômico”. Muitas pessoas gostariam de estar no seu
lugar.
RITA- Tem razão, Marvin Mesmo, perdoe-me. Voltando à parte séria da
entrevista, qual o balanço que você faz de um ano de DESAPAIXONANTE. Quais
foram os pontos positivos e negativos neste um ano?
Marvin- Cara, é uma pergunta que
pede uma boa resposta...
RITA- Na verdade, eu quero boas respostas para todas as minhas perguntas, Marvin Mesmo...
Marvin- Ok. Bom, deixe-me
pensar... Certo. Os pontos positivos estão relacionados ao carinho que os
leitores têm pela história, à maneira como todos aqueles que tiveram contato
com a série demonstraram uma boa reação a ela. E foi isso que me moveu a
ampliá-la, eu nem sonhava em escrever tanto assim. Mas depois levei o trabalho
muito a sério, firmando um compromisso comigo e com quem admira o meu trabalho.
Quanto aos pontos negativos, bem... Eu gostaria de ter mais tempo de escrever,
sem falar que seria bom ter mais feedback
dos leitores, pois um escritor precisa saber o que as pessoas estão achando do
material que ele tá produzindo.
RITA- Por que você decidiu que a série deveria ter poucos episódios por
temporada?
Marvin- Outra boa pergunta, Rita.
Eu imaginei que, mesmo com uma premissa interessante, DESAPAIXONANTE não
poderia se tornar cansativa, então optei pelo formato mais curto de temporadas,
porque assim a garantia que o público não vai largar a história é maior (risos).
RITA- De onde veio a brilhante ideia de criar a minha personagem? E por
que minha participação não tem o tamanho que merece? Aliás, quando é que eu vou
narrar um episódio de verdade, que
não seja algo comemorativo?
Marvin- Eita!! Não acha que
exagerou nas perguntas que puxam a sardinha pro seu lado? Ok, vamos às
respostas: na verdade, sua personagem veio muito repentinamente, pois você
apareceria somente no episódio 2.07 (“O
tipo de coisa que Anna faz”), apenas como mais uma pessoa da época de
colégio dos protagonistas, mas os leitores e eu gostamos tanto de você que
então decidi te tornar permanente. Sua participação na história é justamente
aquilo que você já comentou. Apesar de DESAPAIXONANTE ser uma série de comédia,
é necessário que esse teor cômico encontre um ou dois personagens em quem se
ancorar com mais frequência, alguém que seja quase uma piada ambulante,
entendeu? E não se preocupe, tenho planos ótimos para o seu futuro.
RITA- Ainda não entendo. Por que motivo eu sou tão “engraçada”? Eu me
acho tão comum.
Marvin- Porque você é uma alma
incompreendida, querida. E muito peculiar. As pessoas estranham, e expressam
isso rindo de você. Mas elas te adoram, pode acreditar.
RITA- Isso soa como consolo barato, mas vamos em frente. Falando em
comédia, por que escrever uma história nesse estilo? E como você sabe se ela
está cumprindo o papel de divertir?
Marvin- Todo mundo sabe que eu
não sou comediante ou humorista, mas isso não me impede de arriscar um pouco a
fazer algumas gracinhas, literariamente falando. Diversos leitores já me
disseram que riram com essa ou aquela cena, com tal frase dita por tal
personagem. A premissa da história já é por si só uma pequena piada, pois todo
mundo já desejou não estar mais apaixonado por alguém, então quando você pega
uma situação universal e coloca um jovem casal de amigos para narrar os
próprios acontecimentos, dá pra usar isso a seu favor, colocando-os para
comentar seus sentimentos e opiniões diretamente para o leitor, ou seja, tudo
que eles dizem é muito espontâneo, não existe um narrador formal suavizando o
que acontece. E tem uma série de outras coisas que contribuem: DESAPAIXONANTE
abusa das referências ao mundo real, à cultura pop e às tecnologias do nosso
tempo. Isso traz as pessoas ainda mais para dentro. Acho que tô indo bem, tendo
em vista que não quero me tornar oficialmente um profissional da comédia.
RITA- Muito bem, Marvin Mesmo. Agora, sobre Milena e Sávio. Você tem
algum preferido entre os dois? Como você os definiria?
Marvin- Essa sua pergunta sobre
quem é meu preferido é bastante capciosa, Rita. Será que não tem algum deles
espionando nosso papo nesse exato momento? Sabe, não gostaria de magoar
qualquer um dos dois (risos). Bem, é óbvio que eu tô brincando. Eu gosto de
ambos de formas diferentes. Eles são como filhos para mim, apesar de estarmos
na mesma faixa etária. Porém, ambos reúnem características que eu mesmo
carrego. E ambos possuem traços em comum que os põem numa posição de constante
empatia mútua, talvez até uma certa proteção de um com o outro. Tanto Mile
quanto Sávio têm as famílias desfalcadas e relacionamentos não muito bem
estabelecidos com seus respectivos irmãos, então eles se complementam naquilo
que falta a cada um. Muitas vezes, quando lemos as narrações de um ou do outro,
pensamos que dominamos todo o conhecimento referente àquele personagem, mas a
verdade é que ninguém conhece ninguém por completo. O ser humano é muito
complexo, então eu tento trazer essa complexidade para as vidas do Sávio e da
Milena e nas interações que eles têm entre si e com as demais pessoas. Eles têm
seus problemas e conflitos e suas razões particulares para reagir de modo A ou
B quando algo que os atinge para valer, como qualquer pessoa tem, e no fundo
eles são boas pessoas. Outra coisa que admiro neles é a independência que eles
alcançaram ao resolver tocar o próprio negócio que, vamos admitir, não deve ser
nada fácil de administrar.
RITA- Palavras comoventes, Marvin Mesmo. Outra boa pergunta: precisamos
conversar sobre o episódio 3.05 (“Paradoxal”). Gente do céu!! O que foi aquilo?
Por que fazer algo tão dolorido e cruel?
Marvin- Rita, uma das funções da
literatura é emocionar. Apesar de usar o rótulo de comédia, DESAPAIXONANTE
trabalha com seres humanos. E mesmo sendo personagens de ficção, não dá pra
manter seus personagens o tempo todo numa vibe
cômica ou algo dessa natureza. Você precisa retratá-los vivenciando as coisas
que todo mundo vive, entende? E, sim, eu tava a fim de ver se fazia algum leitor
chorar (risos)... Outra coisa importante é que o episódio tem dois momentos
dramáticos: um no meio, que trata temas extremamente delicados para a
sociedade, o qual foi abordado na história justamente por haver a necessidade
de se dedicar mais atenção à doença da depressão. E o segundo momento dramático
foi no final, durante o diálogo mais difícil que eu já escrevi para a série,
que rolou entre Milena e Sávio. A história vai manter o tom de humor, é claro,
mas ela também se permitirá navegar por outros recursos que tragam diferentes
emoções. Eu curto escrever um drama, hehehehe...
RITA- Mandaram te perguntar qual é a chance de haver um episódio em flashback mostrando Sávio e Milena no
Ensino Médio.
Marvin- Que legal!! Olha, eu
adoro escrever flashbacks. E desde a
1ª temporada eu já tava com planos de mostrar alguns pontos importantes da
história num episódio quase que totalmente situado no passado. Vamos aguardar.
RITA- Qual sua temporada favorita? É verdade que a 3ª será a última?
Marvin- Cada uma delas tem algo
de especial pra mim. E a 3ª nem mesmo acabou ainda. O que posso dizer é que
cada temporada tem uma imensa importância para o todo da série. A primeira foi
a responsável por fincar o sucesso obtido com a proposta da história. A segunda
foi a chance de aumentar as possibilidades, ampliar os conflitos, criar novos,
introduzir personagens para ajudar na engrenagem e começar a mostrar a
fragilidade naquilo que os personagens e os leitores tinham como certo. E
agora, na terceira, teremos várias mudanças com os personagens, a história
começará a se abrir mais para que o leitor tenha um panorama maior do que
realmente está acontecendo em DESAPAIXONANTE.
Quanto à chance de a 3ª temporada
ser a última, isso ainda está incerto. Tenho muitas ideias, mas preciso ter
certeza se a história ainda aguenta uma 4ª temporada. Do contrário, a atual
terá 5 ou 6 episódios a mais do que as anteriores, para que o final seja
satisfatório e não apressado.
RITA- Entendo. Você é um amor, Marvin Mesmo. Pena que a gente tem que
encerrar por aqui, pois eu tenho uma festa de aniversário pra ir e não quero me
atrasar.
Marvin- Olha só, alguém fazendo
aniversário no mesmo dia da série, que maneiro!!
RITA- Sim, é minha amiga Daniela Belo. E eu preciso estar belíssima
porque vou marcar presença VIP. Eu cobrei baratinho. Mas, enfim, você poderia
fazer suas considerações finais, por favor?
Marvin- Ei, eu conheço a Daniela.
Manda meus parabéns pra ela, tá? Bom, pra finalizar, gostaria de agradecer a
todo o povo que dispõe de tempo para acompanhar a história e que torce pelo seu
sucesso. Este um ano de DESAPAIXONANTE é inteiramente dedicado a vocês,
leitores. Até a próxima!!
RITA- Bate-bola, jogo rápido.
Marvin- Ah, mas não mesmo! Tchau!
RITA- Ei, Marvin Mesmo. Volte aqui!! Mas que coisa!! Só porque manda na
coisa toda. Isso é abuso de poder, hein!!
Infelizmente, o Marvin Mesmo
fugiu da raia. Ele tem muita sorte de não ter sido capturado para ser escravo
em Valpixia. Com essa insolência, não duraria muito tempo por lá.
Gente, foi isso que preparamos
para vocês. Desculpem se vocês esperavam mais, acho que até eu esperava...
Tomara que vocês tenham se divertido. Aproveitem e deixem suas felicitações
pelo primeiro ano da série DESAPAIXONANTE. Eu vou indo nessa. Um beijo grande e
a gente se vê por aí!!
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