Imagine você andando com seus filhos , num belo domingo
passeando pela praça e sentado sobre um banco está um casal homossexual,
envolto em carícias e beijos como é comum se ver entre casais heterossexuais.
Imaginou a cena, mesmo se você não tiver filhos? Pois é, caso você fique
enojado só de pensar nisso, saiba que você não poderá manifestar oposição sem
ter que responder legalmente.
A ilustração acima é apenas um vislumbre de uma situação que
pode rolar se a lei contra homofobia for realmente aprovada (aquela que
criminaliza quem agir de maneira que desrespeite um homossexual, como ocorre
por exemplo em casos de racismo etc.). Isso é tão-somente uma demonstração de
como a banda passa a tocar se os homossexuais forem presenteados com essa
sanção. Longe de ser uma crítica aos gays e lésbicas, este texto na realidade
quer puxar pra um lado pouco visado em meio a esse burburinho em torno do
assunto.
Analise comigo em poucas linhas, leitor (quer dizer, eu vou
tentar fazer isso em poucas linhas): mesmo que essa lei seja aprovada, qual
será o nível de sua efetividade? Não falo da aplicação, mas do respeito a ela.
Será impossível, assim como a lei da palmadinha. Sabe por quê? Porque, creio
eu, o Brasil não está nem um pouco preparado para essa revolução gay. Pode até
ser que vingue de fato em alguns ou muitos anos, mas será uma ralação danada.
Claro, a turma LGBT faria muito barulho por se sentir lembrada e respeitada na
legislação brasileira, mas a coisa na prática continuaria triste pro seu lado.
Por mais que a figura do homossexual e de sua aceitação na
sociedade tenha ganhado algumas batalhas nos últimos anos e até tolerância
considerável, os gays continuam rendendo uma grande quantidade de piadas e
chacotas, algumas delas quase irremovíveis da nossa cultura. Isso sem falar que
a presença de um homossexual, um travesti ou o que seja sempre causa aquela
chuva de olhares (geralmente de reprovação ou curiosidade) num ambiente. E as
famílias, que na maioria arrasadora não se adaptam ou não se conformam
facilmente com revelações bombásticas de filhos que saem do armário.
Que país é esse, que pode pôr em voga uma lei que beneficia
uma classe, mas não resiste a descer a lenha no visual do Restart, bem como
depreciar suas músicas adocicadas, insinuando que tudo isso é “coisa de
viadinho”? Que país é esse que quer aparentar avanço nas leis, mas tem
humoristas consagradíssimos cujo sucesso foi alcançado com ajuda de personagens
efeminados e transloucados? Que país é esse, que quer fazer os homossexuais
ganharem direitos ao mesmo tempo em que se intrometem nos direitos de outros
(proibindo, por exemplo, que alguém manifeste opiniões contrárias às práticas
homossexuais)? Que país é esse, que quer privilegiar uma classe por conta de
uma prática sexual e ignora a importância sócio-cultural das tradições
familiares a que fomos acostumados e educados? Só o que se vê é um conjunto de
contradições, ao que parece.
Você vê, leitor, como essa lei pode ser apenas mais uma
promessa ineficaz, assim como tantas outras (que o diga aquela de passar apenas
quinze minutos numa fila de banco, hehehe...)? Será mesmo que valerá a pena
essa conquista? Será que a conquista maior não seria no coração e na
consciência do povo, e não em amordaçar os que discordarem de maneira mais
destacada? Será que os gays estão levando isso em conta? Eu, se fosse gay,
preferiria que mudassem sua postura comigo por conta própria a ser iludido
porque puniram alguém que não me aceitasse. Não seria recompensa. Muito
provavelmente eu não me livraria tão cedo dos ataques na escola, na vizinhança
e até mesmo em casa, coisa que sempre aconteceu ao longo dos séculos, com todos
os gays, e nem por isso pararam de surgir gays. Será que essa bendita lei
ajudaria nos conflitos interiores que muitos homossexuais sofrem, justamente
por sua condição? Penso que não. Pra que tudo isso então?
Seja lá qual for seu posicionamento, agradeço a Deus por
ainda haver tempo de ter postado este texto. Uma hora dessa, mal interpretado,
eu poderia estar pagando uma multinha ou quem sabe preso.
8 comentários:
Eu soube dessa lei que querem aprovar, não possuo nenhum tipo de preconceito tanto porque conheço pessoas que são gays e me dou bem, mas sei que com essa lei lançam a essa classe um privilégio a mais do que para tantas outras classes, todos tem os seus direitos iguais e não será uma lei que fará com que a pessoa pare de ter preconceito, ela só deixará de se expressar diretamente...
Não há mais nada a citar, seu texto expõe as mesmas ideias minhas,está muito bem escrito e o assunto é interessante pois é bem atual do que se vive o Brasil e também existem outras leis, algumas tão horríveis que vão contra igrejas evangélicas, eu soube disso pela igreja,são absurdos contra o povo de Deus.
Uma Boa Noite!
Bjos =)
Me lembrou, em parte, a cota de negros. De que vale a suposta substituição do "preconceito individual" pelo "preconceito legislativo"? Em vez das pessoas serem discriminadas pelas opniões das pessoas seriam discriminadas pela própria lei! Mas, de certo modo, é entendivel essa situação. Qual seria a alternativa a essa medida abrupta? Ao invés de "obrigar" os individuos a respeitarem, seria necessário incluir na mente das pessoas que o preconceito é ruim. Sabe-se que uma pessoa com o pensamento já formado não teria a mesma facilidade de lidar com isso, já que cresceu em uma cultura totalmente diferente. Então? Qual a saida? Por exemplo, ensinar isso nas escolas, o respeito pelo diferente. Quanto tempo isso demoraria para enrraizar na cultura do nosso povo? Décadas talvez! Não se muda os costumes de uma hora pra outra a não ser por obrigação, assim como não se pode delir uma forma de pensar que está enrraizada na humanidade a séculos da noite pro dia!
Agora levemos em consideração, se um de nós tivesse um(a) filho(a) homossexual, seria bom esperar que a sociedade criasse a consciência de respeitar o próximo? Será a mente da pessoa em questão não seria carregada de revolta contra a sociedade ao longo desse percusso? O que ela iria fazer? Procurar um modo de se ter um resposta imediata a esse problema. Apesar de soar como preconceito para com a classe social, deve-se também avaliar até que ponto é interessante para essa classe sofrer preconceito, a espera, talvez sem fim, de uma sociedade mais preparada para o diferente. As melhores mudanças provém do efeito borboleta, onde as pequenas atitudes levam a grandes feedbacks. Só que isso leva tempo. E tempo esse que algumas pessoas já estão cansadas de esperar e esperar.
As leis coercitivas só existem por que ainda não evoluímos o suficiente para nos tornarmos verdadeiramente humanos.
Temo que as palavras de Jesus tenham penetrado mais nas paredes das nossas igrejas, templos, sinagogas, etc., do que em nossos corações...“Amai-vos uns aos outros como a si mesmo”... quer dizer: “Faça ao seu irmão tudo o que gostaria que fosse feito a você”, por outro lado, quantas mortes e quantas “guerras santas” e tudo em nome do domínio absoluto da Verdade. Onde foi parar então a lei do amor?
Não careceríamos de leis humanas e por isso mesmo falhas, fossemos mais tolerantes...
De resto, pode a lei silenciar-nos, é verdade, fechar a nossa boca diante dos ABSURDOS da vida, dos beijos homossexuais em praça pública, das cotas de toda espécie, mas não pode calar a nossa alma.
Então te peço Senhor, coloca mais amor, caridade e benevolência no meu coração para que eu ame o meu irmão verdadeiramente como tu me ensinaste e o trate como eu gostaria de ser tratada, por que com a mesma medida que o julgo eu também serei julgada.
Um abraço fraterno em Cristo.
Eu imaginei sobre o que seria, como eu havia te dito no msn.Concordo com o Rob."De que vale a suposta substituição do preconceito individual pelo preconceito legislativo?"
Como aceitar os outros se às vezes nem mesmo nos aceitamos como somos.
Não tenho mais nada a comentar, acho que já disso tudo...
Fico pensando, todas as pessoas que aqui comentaram a respeito do texto cujo título é "O Brasil Está Preparado Para Uma Revolução Gay?" não tem tendências ou são da classe GLBT, elas podem ter qualquer tipo de pensamento benéfico sobre a dita classe de homens e mulheres "diferentes" do ditame normalistico que é imposto a todos nessa nossa sociedade que acevera contra o racismo e o preconceito a olhos vistos e por debaixo dos panos se revolta contra os "estranhos", os de cor, os imigrantes, os doentes da mente, os outros seres de características mui peculiares.
O certo é q esta lei não modificará a mentalidade dos brasileiros de que é normal ser gay. Ou que homossexualismo não é doença, enfim, a meu ver a homofobia é crime, e como tal, merece ser tratada dessa maneira. Assim como maltratar animais é crime, assim como violentar mulheres e crianças e crime, assim como destratar um afro-descendente o chamando de inferior ou escravo é crime.
pô! a genny fez um Ctrl C e Ctrl V do meu pensamento...rsrs.
É interessante você usar o termo Revolução, pois concordo inteiramente com a lei. Não é uma questão de se estar preparado, mas de tomar a frente uma bandeira de luta para que se alcance um direito civil institucionalizado na forma de lei! o mesmo não aconteceu com as mulheres e os negros? também não foi da mesma forma uma luta cruel e desumana. Graças a essas batalhas é que hoje possuímos leis que combatem o sexismo, a intolerância religiosa, intolerância racial. E quem estava preparado? Entretanto, rejeitar aquilo que nos é diferente também é humano!
A História da Humanidade é feita de Revoluções, mudanças, com inícios polêmicos ou não. O que eu enxergo aqui é um grupo de seres humanos lutando para serem aceitos como iguais, da forma como lhes é possível.
O fato de eles possuírem escolhas sexuais diferentes da minha não me dá o direto excluí-los, tratá-los como animais abaixo de nós.
A problemática de se o Brasil está pronto para essa revolução é a problemática de "se o Brasil está preparado para a convivência harmoniosa entre todas suas minorias que o formam como um todo", em suas diferentes Religiões, Etnias, classes sociais. Acredito realmente, é que, como nós não estamos prontos para uma reforma política com tantos escândalos ai afora! mas do que focarmos em leis anti-homofóbicas, deveríamos criar a intolerância a CORRUPÇÃO e aprendermos a sermos mais tolerantes uns com uns outros. a isto cabe a nos, a Educação, a Família, estender a mão para o discernimento não só nos casos dos homossexuais, mas de todas as outras minorias que formam o todo brasileiro!
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