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22 de junho de 2010

TÃO VULGAR



Confesso que me incomodo com esse teu jeito malicioso e às vezes direto de falar. Teu sorriso me faz ter vontade de sair depressa de tua companhia. Quando sozinho, chego a imaginar o tamanho de tua capacidade em ser tão vulgar. Como podes?
Diga-me, querida, como é se deitar com tantos homens diferentes? Como é passar da paixão flamejante ao ódio pungente em questão de horas? Como é entregar-se da forma mais profunda e nem sequer saber ou lembrar o nome dos caras que aproveitam tua beleza e juventude?
São tantas perguntas, não? Mas o que mais eu poderia fazer? Tenho imensa preocupação com teu futuro, pois sei que sentes falta de um amor verdadeiro, genuíno, próspero. No fundo sentes inveja até das heroínas das novelas, das personagens bem-sucedidas com seus romances abençoados dos livros. Vejo em teus olhos, por trás da imagem de moça lasciva e moderna, o quanto anseias por ter um sincero e comprometido relacionamento, alguém a quem chamar de teu e mais ninguém.
Perdoe minhas palavras um tanto ásperas, mas é que tuas amigas, tão vulgares quanto tu, nunca te esfregariam na cara grandes verdades. E isso é necessário, às vezes, pois só o faço por amor à tua alma, que geme por causa do frio e do vazio em que se encontra teu coração. Nunca admitirias, eu sei, eu te conheço. Até porque és jovem e não queres perder teu tempo, não é? Quantas vezes tive de ouvir essa desculpa de ti...
Olha, amiga minha, todo mundo tem o direito de ser feliz e de fazer o que quiser, mas teu caso é diferente: não vejo nem alegria no teu semblante. É por essa razão que estou pegando no teu pé, como bem dirias. A única coisa que me encantaria nesses anos de amizade seria te ver desistindo de pronunciar palavrões, que não combinam contigo, e de dar uma guinada em teu caráter. Não precisas te travestir do que não és, de lançares mão de artifícios em nome de uma falsa felicidade. Queres um conselho? Batalhe por aquilo que realmente te faria feliz, porque a sujeira que permeia teu corpo nesta juventude, é a ferida que não cicatrizará na tua velhice.
Não te arrependas tão tarde, amiga minha...

3 comentários:

Maressa Reis disse...

Uau! Que puxão de orelha com classe! rsrsrs. Gostei. Quando crescer quero ser igual a vc p/ escrever. Bjinho Vini!!!!

Cris disse...

Queria pegar texto, imprimir várias cópias e espalhar pela cidade. Infelizmente, a vulgaridade está tão arraigada que até as menininhas tem atidudes vulgares. Ótimo texto!

G.S Bacelar disse...

Estou postando pela primeira vez e gostaria de dizer que gostei muito do texto, pois reflete a situação de muitos rapazes e moças de Macapá e do mundo mesmo. Parabéns