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22 de dezembro de 2007

ESQUÁLIDA

DEPOIS DE UM TEMPO LONGO SEM POSTAR NADA, VAI AÍ UM POEMINHA QUE EU GOSTO MUITO. PODE COMENTAR SE QUISER.
ESQUÁLIDA
Roçam úmidos os lábios da donzela pálida
Branca como a nuvem suave
qual nuvem se enegrece e pesa sobre meus ombros
Palpita em teu seio jovem uma meia-vida
Fonte enfraquecida, seca por mancebos inconseqüentes
Os mesmos beijos vermelhos que a morte oferece
Eva de um paraíso fraudulento
Chamam-te parasita da lama
Depositas o veneno azedo em veias desesperadas
Mas tu, ó rouxinolzinho inocente!
Que injustiça lhe roubar teu direito de musa
Porque só as musas são cantadas em versos acalorados
De propósito me reservei aos hábitos poéticos
Até os céticos me acreditariam
Nem mesmo a poesia consegue arrebatar-me a dor
E da donzela que soluça num quarto de pedra
vem a calmaria dos mares outrora engolidores de mim
Passo ao próximo passo, cai-me bem a solidão

Um comentário:

Igor Reale disse...

Eu sou muito fã da segunda parte do romantismo, apesar de mulheres esquálidas não andarem por ai com muita frequencia...Mesmo assim, gostei muito do texto, de todos eles!