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2 de maio de 2012

AS COISAS QUE PROCURAMOS NO ESCURO



Entendo que o ser humano é um buscador. Parece-me, inclusive, que alguns em particular são buscadores eternos. De quê? De tudo. O homem geme no escuro de seu ser por necessidades latentes, apesar de algumas dessas serem questionáveis, fúteis. O problema é que nem sempre sabemos identificar o alvo de nossos anseios. Apenas sentimos e desejamos. No afã de preencher lacunas de natureza desconhecida, acabamos por nos envolver com coisas e/ou pessoas que não somam em nada, mas subtraem muito. Subtraem tempo, juventude, vida. Dinheiro também, claro.
Entendo que o ser humano que se entrega a Deus a fim de um compromisso sério não precisa ansiar por mais nada, posto que a vida que se oferece para caminhar com Jesus automaticamente começa a fazer sentido e suas necessidades (reais) são supridas gradativamente. Entretanto, pode ser que essa minha afirmação, em algum campo, abra espaço para questionamentos, ressalvas, controvérsias, até mesmo de pessoas da seara espiritual. Ainda bem que não almejo o título de dono da verdade.
Mesmo o indivíduo realizado espiritualmente pode ser um buscador, no sentido mais coletivo da palavra (para ser mais preciso, o sentido empregado no início deste texto, que agrega os seres humanos independentemente de etnias, religiões, posicionamento político). Pode não estar buscando a Deus, mas pode estar visando uma carreira promissora no mundo empreendedor. Quem sabe queira ser pai ou mãe. Pode estar atrás de uma aprovação num concurso público, de uma chance de ser rico, de aprender uma nova língua, de entender seu lugar no mundo ou até mesmo de mudá-lo. Esse desejo gritante em nossos peitos consegue moldar muitos momentos de nosso dia-a-dia, definir nossas agendas ou tirar-nos o sono.
Eu diria que existe uma outra categoria de “buscadores”, que aliás é a pior: aquele que está procurando por algo que um dia já teve e foi perdido. Espere. Não. O pior buscador é aquele que procura por algo que já lhe pertenceu, já lhe foi próprio, perdeu-se e durante sua busca nem sabe o que é. Você já se pegou num mar sem o menor sentido, nadando com os braços cansados, embora não soubesse a finalidade disso? Já se flagrou no escuro do seu ser revisitando memórias que parecem quebras-cabeças sem as peças correspondentes? O que lhe falta? O que nos falta? Onde estão as paixões que costumavam acender enormes fogueiras em nossos corações? Devemos continuar buscando o que não temos ou o que já tivemos? Até que ponto?
São muitas perguntas. Este texto nunca teve a intenção de fornecer respostas. Este texto nasceu para indagar, para inquirir, pois neste exato momento me pego em plena interrogação. Minha salvação para isso tudo é saber que Deus me concede um novo aprendizado a cada dia, e daqui a pouco irei dormir confiante de que cada amanhecer traz consigo uma nova resposta para minhas perguntas. Ou, pelo menos, uma pecinha pra ajudar a montar o quebra-cabeças. 

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