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20 de setembro de 2010

ROCK, DEUS E O DIABO -- parte 2


Algumas pessoas pensam que o rock não é um estilo que serve para louvar a Deus, porque para tal é preciso apresentar uma oferta de louvor e adoração santa, digna de ser dirigida ao Grande Rei. Beleza. O rock, por suas “origens profanas”, conforme citei no post anterior, não estaria nem perto de realizar esse papel de oferta de adoração.
Ponto um: vejamos a palavra louvor: é o ato de louvar, render elogios e exaltação a alguém por um ou vários feitos. O que isso tem a ver com música? Bem, existe no imaginário coletivo (provavelmente não só do coletivo evangélico) que música para adorar precisa ser docemente melodiosa e lenta, quase romântica. Refletindo bem, será que precisa ser assim mesmo? Creio que não. Julgo isso pelo sentido da palavra “louvar”.Vale lembrar que músicas assim trabalham muito o emocional, e é complicado entregar a Deus apenas a adoração chorosa de um momento, algo que ocorre com muita frequência.
A maior tarefa da Igreja, que é a de pregar o evangelho para que as almas sejam alcançadas, é visivelmente cumprida através do rock. Já vi e ouvi muitos testemunhos de pessoas impactadas por mensagens musicadas e palavras que foram de encontro aos seus mais angustiados anseios. Pessoas são transformadas e levadas a receber a Cristo como seu Salvador. Que mais vamos querer??
Ponto dois: a profissão da fé cristã não é necessariamente feita baseada apenas no louvor direto a Deus, mas também na maneira como pregamos dEle e dos valores cristãos através das artes, o que indiretamente também é um ato de adoração. Portanto, ao usar o rock and roll e mais precisamente o heavy metal para testemunhar da inevitável felicidade e livramento através de Cristo, estamos Lhe rendendo glórias, mostrando que Ele é o ponto de partida para que a poética das canções contenha suas respectivas mensagens.
Infelizmente, no lado de cá, a maioria cristã não compreende isso e não procura estudar, analisar e reter que ritmo nenhum é demonizado, a menos que o demonizem, mas não que seja maligno por si só que Deus não possa agir através daquilo, até mesmo santificar. Não vamos dar ao diabo o que ele não tem, porque as únicas coisas que lhe são próprias são o matar, o roubar e o destruir.  
Os não cristãos até hoje, em grade parte, não engolem ter de ir a uma festa de metal que exibirá músicos crentes (e de músicas cristãs) no palco. Seus motivos são variados, e aproveito aqui com toda licença por ser autor deste post para acrescentar mais um entre os que já foram ditos nos dois posts: talvez nos vejam ainda com os olhos do preconceito e do estereótipo de que o crente é aquele chatolino que entrega panfletos na rua ou que fica berrando em vias públicas, ou convidando para ir a um culto ou o que seja. Bom, os tempos mudaram. E, querendo ou não, se os crentes tem competência, talento, inteligência e conteúdo, eles sempre estarão se destacando e “se metendo” onde “não deveriam”, se é que me faço entender.
Entretanto, no meio disso tudo, existem alguns dados infelizes: o que adianta todo esse discurso se algumas bandas mundo afora caem na demagogia? Elas próprias se rotulam de cristãs e pouco fazem para deixar isso à mostra. Rendem-se ao mercado, começam a apenas fazer um som, deixam de se envolver. Pode até parecer radical de minha parte, mas banda que é banda de rock gospel ou qualquer subgênero metaleiro, precisa dar a cara a tapa, defender seu Jesus com unhas, dentes e guitarras. Se cremos que Deus tem muito mais a nos dar no futuro, quando formos morar no céu, por que se importar em ser discreto e quase oculto para esse mundo? 

Esta foi a continuação do tema. Algo pode ter ficado um tanto obscuro, mas creio ter passado o essencial do que eu vinha pensando a respeito. Aproveite para deixar sua observação, leitor. Fique à vontade!