Nunca li um livro da saga Crepúsculo, mas já vi os dois
primeiros filmes. Confesso que resisto até agora a lidar com o material escrito
da saga, porém creio que, como sempre é na maioria dos romances, devem ser superiores a suas versões da
telona. Vi os filmes porque entendi ser uma atividade menos envolvente e que só
me custaria uma hora e tantos minutos. E por curiosidade, claro. Acho também
que não li os livros por não querer me comprometer com mais uma obra que ficará
estagnada com as outras que nunca terminei de ler (ouviram isso, Menina que roubava livros e Neve?, rsrsrsrs). Até tenho uma versão
de Lua Nova para celular, mas o único
livro eletrônico que consigo ler é a Bíblia. Ah, talvez outro motivo pertinente
seja o fato de eu não gostar de vampiros. Acho que o máximo que curti sobre
eles foi a novela Vamp. Bons
tempos... e
Sou suspeito para escrever sobre uma série literária que
atraiu os holofotes antes pertencentes ao bruxinho inglês Harry Potter. Digo
que sou suspeito porque poderia ser dor-de-cotovelo, inveja, algo dessa
natureza, haja vista que sou escritor também, embora um ilustre desconhecido
que ainda não teve a chance de publicar um livro sequer. Mas não é por aí.
O lance aqui não é “falar mal” da saga Crepúsculo ou me
achar melhor por escrever uma literatura basicamente distinta desta e que trata
de assuntos espirituais (supostamente, por si só, mais importantes do que os
abordados nos romances de Stephenie Meyer). Meu carro-chefe Alianças, digamos assim, é claramente
uma história que procura fugir dos moldes a que a juventude consumista de hoje
se acostumou. Além da semelhança de ser uma série e direcionada principalmente
ao público jovem. Os livros mais vendidos que resultam em filmes e outras
franquias, em geral, estão sempre lidando com o sobrenatural, o fantástico, os
heróis superpoderosos ou alguma conotação ligada ao misticismo. Crepúsculo,
logicamente, não foge à regra. Entretanto, os livros da série seguem uma
receita preparada para causar esse frisson todo: ele é muito bem elaborado para
alcançar qualquer faixa etária, posto que trata-se de uma história de amor
(inusitada, mas ainda assim uma história romântica), o que garante uma
considerável parcela de leitores mundo afora, por tratar-se de um tema
universal. E um amor light, desligado
de envolvimentos mais quentes... Ah, por que não dizer uma série para toda a
família?
Soma-se a isso o pano de fundo vampiresco, com elementos
característicos, os quais sempre povoaram a imaginação humana, a dúvida de se
existe algo “do lado de lá”, e de como seria se existisse. Quantos nunca
sonharam com a possibilidade de realmente dividirmos o nosso mundinho comum com
fatos e pessoas extraordinárias? Todo mundo se interessa por paranormalidade,
fantasmas, mortos-vivos e, no caso que estamos tratando, de criaturas com
capacidades sobre-humanas, tipo um Edward Cullen, que ainda tem o plus de ser imortal.
Perguntando-me o que era tão atraente em Crepúsculo, para
que arrebanhasse tantos fãs, cheguei a essas conclusões. E a versão
cinematográfica da história só veio a calhar: ela deu vida e rosto (de
preferência, um belo rosto) para a tinta inanimada das páginas dos livros. Usou
de todo seu poderio de marketing para
deixar as histórias mais atraentes, já que agora todos podem ler e imaginar o
Robert Pattinson com seu olhar gelado e galante, ou que cara a Kristen Stewart
faria numa determinada cena de Bella Swan. Claro que aí já entraríamos em
outros méritos, mais profundos até, como fortunas arrecadas às custas de uma
franquia convincente (leia meu post WE COULD WRITE A BAD ROMANCE, para
complementar esta ideia).
Outra coisa que me deixa pensativo é a qualidade textual de
Crepúsculo. Ouço muito os leitores dizerem que Stephenie Meyer escreve bem e
tal, mas aqui vai um adendo: mesmo eu mal tendo lido algumas páginas de Lua Nova no meu celular, tenho
consciência de que a suposta qualidade textual da qual tanto ouço falar não
está exatamente na Stephenie Meyer, mas no injustiçado e esquecido tradutor da
obra. Alguém parou para pensar no coitado ou coitada? Lembro da Lia Weyler,
tradutora do Harry Potter, que teve de se desdobrar para levar o melhor sentido
possível às palavras inventadas pela autora J. K. Rowling. A menos que se tenha
tido contato com os originais, aí sim talvez devamos lançar os louros à
escritora Stephenie, mas caso não... E olha que tradução não é apenas “colocar
palavras de uma língua na nossa”, como supõem alguns desavisados, pois exige
bem mais do que isso. Em alguns casos, é como ajudar o autor original a
escrever seus livros.
Bem, essas são minhas considerações. Se depender dos filmes
que vi, não achei essa coca-cola toda. Cheguei em certas cenas e fiquei
esperando mais, mas o mais acabou me deixando com gosto de “quero mais”, não o
“quero mais” de um fã, mas o “quero mais” de quem sempre espera realmente mais.
Não sei se os livros me deixariam mais satisfeitos. Só sei que meu pescoço
ainda está intacto.
3 comentários:
Excelente artigo !
Bom... eu nao sou fã número um da saga, mas li todos os livros antes dos filmes começarem a estourar nas telonas e digo que me decepcionei muito.
Na visão de uma menina, e nao de um leitor qualquer, os livros da saga envolvem, fazem filmes em nossa imaginação e nos induzem a ler em 3 dias um livro de 500 páginas, por ter uma narradora mulher tambem. É bem assim mesmo. Mas os filmes que passam na sua mente, na minha opinião nao teve nada a ver com os da telona.
Considero muito a autora embora eu nao goste de vampiros srsrsrs.
Ótimo post !
Tem crônica na minha casa:
http://casadababileao.blogspot.com
http://culinariachrisgipebube.blogspot.com/
AMEI SEU BLOG E TUDO MUITO BONITO ESTOU TE SEGUINDO Q É PARA NAO PERDER NADA!!
Concordo com a Babi Leão e achei mto válido o seu elucidamento d q os nossos tradutores podem mto bem ser melhores escritores q os próprios escritores desses livrecos do populacho. kkkk Tbm li a saga antes de virar filme e me recordo de ter pego do pendrive da minha melhor amiga pq tava morrendo de tédio, li tudo em menos d 3 dias. kkkk Gosto de ler livros vampirescos, mais entre andré Vianco e a S.M. prefiro o mil vezes o André. =)Ah, tbm vi os filmes e eles são uma bela porcaria. =B
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