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23 de julho de 2010

CREPÚSCULO: O QUE OS VAMPIROS TEM?















Nunca li um livro da saga Crepúsculo, mas já vi os dois primeiros filmes. Confesso que resisto até agora a lidar com o material escrito da saga, porém creio que, como sempre é na maioria dos romances, devem ser superiores a suas versões da telona. Vi os filmes porque entendi ser uma atividade menos envolvente e que só me custaria uma hora e tantos minutos. E por curiosidade, claro. Acho também que não li os livros por não querer me comprometer com mais uma obra que ficará estagnada com as outras que nunca terminei de ler (ouviram isso, Menina que roubava livros e Neve?, rsrsrsrs). Até tenho uma versão de Lua Nova para celular, mas o único livro eletrônico que consigo ler é a Bíblia. Ah, talvez outro motivo pertinente seja o fato de eu não gostar de vampiros. Acho que o máximo que curti sobre eles foi a novela Vamp. Bons tempos... e
Sou suspeito para escrever sobre uma série literária que atraiu os holofotes antes pertencentes ao bruxinho inglês Harry Potter. Digo que sou suspeito porque poderia ser dor-de-cotovelo, inveja, algo dessa natureza, haja vista que sou escritor também, embora um ilustre desconhecido que ainda não teve a chance de publicar um livro sequer. Mas não é por aí.
O lance aqui não é “falar mal” da saga Crepúsculo ou me achar melhor por escrever uma literatura basicamente distinta desta e que trata de assuntos espirituais (supostamente, por si só, mais importantes do que os abordados nos romances de Stephenie Meyer). Meu carro-chefe Alianças, digamos assim, é claramente uma história que procura fugir dos moldes a que a juventude consumista de hoje se acostumou. Além da semelhança de ser uma série e direcionada principalmente ao público jovem. Os livros mais vendidos que resultam em filmes e outras franquias, em geral, estão sempre lidando com o sobrenatural, o fantástico, os heróis superpoderosos ou alguma conotação ligada ao misticismo. Crepúsculo, logicamente, não foge à regra. Entretanto, os livros da série seguem uma receita preparada para causar esse frisson todo: ele é muito bem elaborado para alcançar qualquer faixa etária, posto que trata-se de uma história de amor (inusitada, mas ainda assim uma história romântica), o que garante uma considerável parcela de leitores mundo afora, por tratar-se de um tema universal. E um amor light, desligado de envolvimentos mais quentes... Ah, por que não dizer uma série para toda a família?
Soma-se a isso o pano de fundo vampiresco, com elementos característicos, os quais sempre povoaram a imaginação humana, a dúvida de se existe algo “do lado de lá”, e de como seria se existisse. Quantos nunca sonharam com a possibilidade de realmente dividirmos o nosso mundinho comum com fatos e pessoas extraordinárias? Todo mundo se interessa por paranormalidade, fantasmas, mortos-vivos e, no caso que estamos tratando, de criaturas com capacidades sobre-humanas, tipo um Edward Cullen, que ainda tem o plus de ser imortal.
Perguntando-me o que era tão atraente em Crepúsculo, para que arrebanhasse tantos fãs, cheguei a essas conclusões. E a versão cinematográfica da história só veio a calhar: ela deu vida e rosto (de preferência, um belo rosto) para a tinta inanimada das páginas dos livros. Usou de todo seu poderio de marketing para deixar as histórias mais atraentes, já que agora todos podem ler e imaginar o Robert Pattinson com seu olhar gelado e galante, ou que cara a Kristen Stewart faria numa determinada cena de Bella Swan. Claro que aí já entraríamos em outros méritos, mais profundos até, como fortunas arrecadas às custas de uma franquia convincente (leia meu post WE COULD WRITE A BAD ROMANCE, para complementar esta ideia).
Outra coisa que me deixa pensativo é a qualidade textual de Crepúsculo. Ouço muito os leitores dizerem que Stephenie Meyer escreve bem e tal, mas aqui vai um adendo: mesmo eu mal tendo lido algumas páginas de Lua Nova no meu celular, tenho consciência de que a suposta qualidade textual da qual tanto ouço falar não está exatamente na Stephenie Meyer, mas no injustiçado e esquecido tradutor da obra. Alguém parou para pensar no coitado ou coitada? Lembro da Lia Weyler, tradutora do Harry Potter, que teve de se desdobrar para levar o melhor sentido possível às palavras inventadas pela autora J. K. Rowling. A menos que se tenha tido contato com os originais, aí sim talvez devamos lançar os louros à escritora Stephenie, mas caso não... E olha que tradução não é apenas “colocar palavras de uma língua na nossa”, como supõem alguns desavisados, pois exige bem mais do que isso. Em alguns casos, é como ajudar o autor original a escrever seus livros.
Bem, essas são minhas considerações. Se depender dos filmes que vi, não achei essa coca-cola toda. Cheguei em certas cenas e fiquei esperando mais, mas o mais acabou me deixando com gosto de “quero mais”, não o “quero mais” de um fã, mas o “quero mais” de quem sempre espera realmente mais. Não sei se os livros me deixariam mais satisfeitos. Só sei que meu pescoço ainda está intacto.

3 comentários:

Babi Leão disse...

Excelente artigo !
Bom... eu nao sou fã número um da saga, mas li todos os livros antes dos filmes começarem a estourar nas telonas e digo que me decepcionei muito.
Na visão de uma menina, e nao de um leitor qualquer, os livros da saga envolvem, fazem filmes em nossa imaginação e nos induzem a ler em 3 dias um livro de 500 páginas, por ter uma narradora mulher tambem. É bem assim mesmo. Mas os filmes que passam na sua mente, na minha opinião nao teve nada a ver com os da telona.
Considero muito a autora embora eu nao goste de vampiros srsrsrs.

Ótimo post !
Tem crônica na minha casa:
http://casadababileao.blogspot.com

Unknown disse...

http://culinariachrisgipebube.blogspot.com/


AMEI SEU BLOG E TUDO MUITO BONITO ESTOU TE SEGUINDO Q É PARA NAO PERDER NADA!!

MLG disse...

Concordo com a Babi Leão e achei mto válido o seu elucidamento d q os nossos tradutores podem mto bem ser melhores escritores q os próprios escritores desses livrecos do populacho. kkkk Tbm li a saga antes de virar filme e me recordo de ter pego do pendrive da minha melhor amiga pq tava morrendo de tédio, li tudo em menos d 3 dias. kkkk Gosto de ler livros vampirescos, mais entre andré Vianco e a S.M. prefiro o mil vezes o André. =)Ah, tbm vi os filmes e eles são uma bela porcaria. =B