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25 de maio de 2010

EM BUSCA DA MÚSICA PERFEITA (parte 2)

 Continuando a trajetória duvidosa de nosso peregrino...

Flautino Eruditus em sua viagem de táxi definitivamente não agüentaria mais um minuto naquele carro velho. Pagou direitinho e desceu do veículo, em frente a uma casinha de sapê, toda bonitinha, parecendo abandonada. Passaria ali a tarde todinha, enquanto refletisse como ia seguir seu objetivo.
Decidido, pegou sua mala e partiu. Após dois quilômetros, a rua findava num cemitério, o qual Eruditus não hesitou em ter que atravessar. Lá dentro, ele viu uma sepultura estranha, onde se lia um epitáfio que dizia o seguinte: “aqui jaz Elvis Lennon, o sonho acabou”. De repente, surgiu alguém, uma espécie de zumbi, que clamou a Flautino: “Por favor, ressucite-me! Meu nome é Rock and roll e estou morrendo aos poucos”. Mais adiante, nosso peregrino encontrou um homem barbudo com cara de louco gritando: “Eu nasci há dez mil anos atrás”, em seguida bradava: “Eu só morri uma vez, mas a Alanis Morissette”. Assustado, Flautino correu e nem notou o fantasma da ópera que chorava implorando: “Não deixe o samba morrer!”
Após a travessia pelo local sinistro, Eruditus se deparou com uma construção enorme, identificada como Monte castelo, no qual com certeza residia um nobre. Ao redor do castelo, estranhamente, passavam dois rios. No entanto, como o lugar parecia imundo e pobre, quem devia morar ali era um nobre vagabundo. Ao portão, duas garotas e um velho sentado aparentavam desânimo.
O velho era um barão e as garotas eram suas filhas. Depois de saber que aquela família ficara na miséria, Flautino ficou com pena e lhes estendeu uma garrafa de vinho e algumas moedas. As garotas, uma a musa do verão e a outra, a garota de Ipanema, beberam o vinho na boquinha da garrafa e o barão ficou vermelho de vergonha por sua situação decadente. Flautino olhou para o lado e viu uma rua pela qual poderia prosseguir, então disse “tchau” para os três e partiu. Queria ajudar mais aqueles pobres coitados, mas entre razões e emoções, preferiu não se desviar de sua meta.
Quando tudo parecia em paz, nosso amigo foi abordado por dois caras truculentos, semelhantes a titãs, e um magricela com penteado ridículo. O tal magricela se apresentou: “Prazer, eu sou emo, e você?” Como Flautino não deu resposta, a pergunta ficou perdida. Um dos grandalhões, com um sorriso maroto, fez uma importante revelação: só queriam que Flautino experimentasse um tal cachimbo da paz, entretanto o peregrino pensou: “Não vai dar samba”. Também percebeu que aquelas palavras eram mentiras e que, na verdade, o que aqueles caras tinham era puro ecstasy.
Flautino Eruditus dispensou o “agrado” e continuou caminhando e cantando e seguindo a canção, enquanto os homens se entreolharam e não deram a mínima. Pela rua, o valente Eruditus viu objetos espalhados e desenhos de borboletas feitos no asfalto, fazendo dele um chão de giz. Então caiu a noite e ele entrou numa hospedaria, em que uma tal de Carla Anna Júlia o atendeu. Ela tinha jeito de quem era cantada por todo mundo, parecia uma fada, fada querida, além de grudenta. A distraída se esquecera que mastigava algo e pôs outra coisa na boca, misturando, dessa forma, chiclete com banana, enquanto anotava algo num papel de pão.
A saia dela era branca com certa transparência e Flautino percebeu que a moça usava calcinha preta. O jovem, por um minuto, achou que estivesse se encantando com aquela menina veneno. Todavia, viu que se encontrava exagerado e só um estúpido cupido para lhe pôr numa fria daquelas.
Flautino foi para um quarto com intenção única de dormir. “Amanhã não se sabe”, pensou o rapaz, que cultivava um coração de estudante, guardando a esperança por dias melhores.


Não percam o final no próximo post...

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu amei o que acabei de ler. Eu sou apaixonada por leituras interessantes e se o seu lance é escrever, o meu vai ser a partir de agora ler tudo o que você escreve neste blog. Parabéns meu amigo. Fantástico! Fico feliz de ter um amigo tão talentoso, saiba que sou sua fã de carteirinha e não é de hoje.
Até breve!