Vou postar pra vocês um conto que escrevi há 5 anos, mas que precisei atualizar. Vou dividi-lo em três partes e espero que vocês se divirtam lendo e interagindo com o texto, já que trata de música popular.
Obs: Juro que foi tudo "baseado em fatos reais..." Rsrsrsrs...
Diz uma lenda que corre por aí que, certa
vez, um jovem chamado Flautino Eruditus, rapaz valente e destemido, resolveu
fazer uma arriscadíssima e corajosa busca pela música perfeita, a qual nem os
antigos sábios do mundo acreditavam que pudesse haver. Tudo começou porque
havia estourado uma revolução política de ditadura em seu país, cujo objetivo
principal era vulgarizar a arte musical. Seu lema dizia: Natiruts
reggae power chegou.
Flautino Eruditus, teimoso desde garotinho,
arrumou as malas. Entretanto, achou melhor levar apenas uma, para ele o
suficiente. Flautino aproveitou que vivia entre tapas e beijos com a namorada e terminou o “bad romance”, já que viveria um tempo incontável na
procura e seu retorno não tinha data marcada.
Contente, Flautino Eruditus foi pegar um
cavalo que o transportasse mas a única coisa que conseguiu foi uma égua chamada Pocotó. Tudo bem, Flautino não desanimou. Mal saíram da cidade, ele e a égua
ficaram atoladinhos num
lamaçal devido a uma chuva de prata que havia caído sem parar. Após muito esforço, o bravo Eruditus e sua
escudeira quadrúpede seguiram viagem, sob a luz de uma lua de
cristal.
Um certo tempo se passou e com ele veio o
cansaço. Estava tarde e o único som que se podia ouvir era de uma festa num apê que, para o jovem, parecia um babado novo, já que nunca presenciara tal coisa. A dez
minutos dali, já não suportando o cansaço, Flautino desceu da égua em uma praça,
onde dormiu, mas não por muito tempo,
pois surgiu um guarda que o chamou de vagabundo e delinquente. Flautino tentou
se explicar mas o guarda fez cara de “Tô nem aí, tô nem aí”.
Triste e abatido, o rapaz sonhador pegou sua
égua e seguiu caminho. Assim foi durante a madrugada, a viagem já durava desde
o pôr-do-sol e o amanhecer ia chegando. Passando em
frente a uma escola de inglês, Flautino conseguiu dar uma gargalhada com o nome
de um curso revolucionário chamado fish-ball-cat, que consistia em usar o revolucionário
método “rebolation”, no qual
todos daquela cidade estavam matriculados. Ficou se perguntando: Que país é
este?
Com algum dinheiro, o “cavaleiro” (ou
egueiro, haha!) parou numa padaria e pediu um pão de mel. Para a égua, um pirão de açaí com tamatá, o qual fez muito mal à bichinha, que acabou
morrendo. Desolado, Eruditus foi caminhando pelas ruas, chorando. Não possuía
mais dinheiro para a viagem, nem para pegar um ônibus. Parou perto de uma
calçada e se sentou numa calçada, onde podia ver os bichos
escrotos correndo de um lado para o
outro. Em sua melancolia, tudo que pensava era: “Vou deixar a rua me levar”. No entanto, houve uma alternativa e o jeito
foi deixar que uma velhinha maluca fizesse uma pintura íntima sua, bem paga. Flautino teve uma idéia: “Vou de
táxi”.
O taxista se chamava Gabriel, conhecido como o pensador por todos ali. Flautino o achou parecido com
um falecido tio seu, um carrancudo por nome Zezé di Cazuza. O taxista disse que era primo de oitavo grau
do finado e completou: “Ele era muito legal, era um garoto que, como eu,
amava os beatles e os rolling
stones, que figura!”
O táxi era velho, mais parecia um calhambeque, mas dava para ir, mesmo que fosse devagar,
devagar, devagarinho.
Flautino Eruditus então se foi, sem um destino certo. Iria mandar o primo de
oitavo grau de seu tio parar em qualquer lugar que lhe parecesse ideal para
prosseguir sua trajetória em busca da música perfeita. “Por
enquanto”, pensou Eruditus, “Deixa a vida
me levar”.
Continua no próximo post...
2 comentários:
Ain' Marvim- fiquei com gostinho de 'quero mais' , sabes que adooro suas criações, e tô ansiosa pra saber o fim dessa. Carinho, sua fã.
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