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30 de abril de 2010

MEIAS PALAVRAS

De vez em quando rola um poema aqui neste blog, de minha autoria, claro. Se gostar (ou não, principalmente) já sabe o que fazer, né??

Sou um pequeno trator furioso
carregando o sofrer de outubro
De um falso lábio rubro
tonto no prazer da angústia

À medida que um raio me corta
Sinto arder a carne morta
que um piano um dia tocou 
sem tocar nenhuma nota

Meus minutos correm selvagens
Como cavalos vorazes, sagazes
Enquanto eu janto unhas roídas
e ajunto os cacos dos pratos

Não se entende minha língua moída
Partida ao meio, sem cor e sem vida
Mas quem poderia sequer entender
o que um mudo pretende dizer?

São mais formosas morenas de julho
de quem se retira ansioso o embrulho
Mas quantas são as palavras? Não sei
Só sei a metade daquilo que sei




Um comentário:

Franciéle Romero Machado disse...

Muito bom seu poema, gostei muito! =)

Boa Tarde!