Sou um pequeno trator furioso
carregando o sofrer de outubro
De um falso lábio rubro
tonto no prazer da angústia
À medida que um raio me corta
Sinto arder a carne morta
que um piano um dia tocou
sem tocar nenhuma nota
Meus minutos correm selvagens
Como cavalos vorazes, sagazes
Enquanto eu janto unhas roídas
e ajunto os cacos dos pratos
Não se entende minha língua moída
Partida ao meio, sem cor e sem vida
Mas quem poderia sequer entender
o que um mudo pretende dizer?
São mais formosas morenas de julho
de quem se retira ansioso o embrulho
Mas quantas são as palavras? Não sei
Só sei a metade daquilo que sei
Um comentário:
Muito bom seu poema, gostei muito! =)
Boa Tarde!
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