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27 de julho de 2010

A BANALIZAÇÃO DO MAL


Desde bastante tempo sempre me surpreendeu muito a questão da maldade humana, mas não a ponto de eu parar pra escrever a respeito.
Desta vez resolvi postar algo sobre esse tema que, dia após dia, só vem se tornando mais e mais banal.
Quero começar com alguns questionamentos, os quais não pretenderei responder de maneira absoluta, mas talvez pontuar aspectos que façam sentido.
Por que há tanto charme na maldade? Por que a bondade foi relegada a sinônimo de fraqueza de espírito ou papel de otário? Por que os vilões tem mais graça do que os mocinhos nas novelas? Por que o ser humano vê tanta gente morrer como troco de tanta maldade e mesmo assim não aprende nada com isso?
É revoltante, não é mesmo? Eu acredito que todos nós somos um misto de bondade e maldade. Maldade pela nossa própria natureza sempre aspirar o prazer pelo perigoso, pelo proibido, pelo obscuro. Bondade pela capacidade de amar, de respeitar, de ajudar. Alguns indivíduos parecem ter um ou outro em escala maior, quase desequilibrada.
O problema no meio dessa farofa toda é a inversão de valores. Quando tomamos a postura de ir contra a maré desse mundo caótico e invertido, geralmente chovem críticas contra nossas cabeças, como aqueles que nos chamam de bobos por não aceitar ou seguir o parâmetro, já que “todo mundo faz”, “o mundo é assim mesmo”. Concordo que tem coisas que, infelizmente, é impossível não fazer, já que a escola da perversidade está aí, maciça. Ser chamado de bonzinho é até xingamento. Bom caráter, honestidade, solidariedade... Bah, qualidades quase lendárias.  E nós acabamos caindo na tendência de renegar a essência do bem.
Lembro de quando meus ex-alunos do Igarapé da fortaleza ministraram seminários sobre cultura estrangeira, e alguns grupos se encarregaram de tratar da música emocore. Eu aproveitei a deixa para debater o preconceito que as pessoas tem pelo estilo emo. Eu particularmente não levanto a bandeira, mas muitos odeiam o emocore por ele ser justamente “bonzinho”, pregar o “amor” etc. O contrário da identidade subversiva que o rock sempre carregou. E até onde sei, essa repulsa vai muito além de qualidade musical.
Estamos banalizando tanto o mal que já queremos exalar maldade, queremos fugir da aparência do bem. O mal vira piada, é escancarado em forma de desrespeito (vide o caso da divulgação dos vídeos pornográficos de Eliza Samúdio, os quais muita gente tá vendendo por aí: “olha o filme da mulher que o Bruno matou!” e, claro, tem quem compre). Pelo amor de Deus, o que é isso? Por mais que se diga que o mal está em cada um de nós, creio que permanecer nele e fazer disso um estilo de vida, já é uma escolha, e não algo inerente. Estamos tão acostumados à maldade que toleramos as mais diversas formas de sua manifestação, educamos nossas crianças para serem más, fazemos o mal diariamente, admiramos as figuras do mal.
Minha intenção neste texto, profundamente falando, é que a gente pare de celebrar tanto o mal. O mal é coisa séria, precisamos parar com tamanha estupidez de lhe vestir com normalidade e naturalidade. Daqui a pouquíssimos anos será difícil distinguir um psicopata de um outro cidadão qualquer, porque as características que servem para fazer essa distinção terão se confundido em meio aos conceitos e valores totalmente distorcidos de uma sociedade que só procura seus próprios interesses.
Apesar de eu saber que a tendência é piorar, creio veementemente que ainda dá para um grande número de pessoas fazer a diferença. E eu quero, por Deus, estar nesse grupo. Você também?

6 comentários:

Igor Reale disse...

Na verdade, o mal atrai mais pq é ligado ao que o homem mais teme e ama. O desconhecido. Por isso é tão procurado, tão amado, tão perseguido.Acho que é isso.

Suzy Carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Suzy Carvalho disse...

as pessoas se utilizam da maldade pra tirar proveito proprio =/

Babi Leão disse...

O homem sonha, o homem cria ilusoes e o mal se aproveita disso !
Ótima crítica !
Beijos !

Maslessa disse...

Valeu por visitar e deixar um comentário la no meu Blog....

MLG disse...

He he... é como o Igor Reale disse, eu complemento dizendo: o mal nós instiga e atraí, o bem já está aí... ele não dá tesão nem nada.
kkkkk... A verdade é essa, as pessoas atualmente, na maioria das vezes, procuram o que se mostra diferente e como a maldade na tela da tv passa uma aura de exótica e atraente, acaba tornando isso natural na mentalidade dos expectantes, distorcer a realidade é a nova moda. Não vê q hj os loucos são os normais e os normai ssão considerados loucos?! =B